O Curioso Caso de Benjamin Button
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Do curto conto de Fitzgerald, David Fincher cria toda uma vida para Benjamin Button
Benjamin Button nasceu numa condição especial: veio ao mundo velho, doente e quase morto. Visto pelo pai como uma aberração foi largado a porta da casa de Dorothy Baker (Faune A. Chambers numa atuação digna de prêmios), que tem já experiência em cuidar de idosos, foi recebido como um milagre. Benjamin ao invés de envelhecer vai rejuvenescendo e ao mesmo tempo sendo educado, como uma criança normal. Apesar de ser especial tem uma vida comum. Na adolescência conhece Daisy, que reconhece na hora o espiríto jovem do corpo envelhecido de Benjamin e logo viram almas gêmeas - mas sua condição trará empecilhos que juntos tentaram vencer enquanto Daisy (a magnífica Cate Blanchet) envelhece normalmente e Benjamin (Brad Pitt) vai ficando cada vez mais jovem.
O filme escrito por Eric Roth, com base no conto homônino de F. Scott Fitzgerald aproveita o mesmo fundo de história de Forrest Gump, filme ganhador de Oscar em 1994, também escrito por ele - situação chata que broxa um pouco (veja o trailer feito pelo site de humor Funny Or Die abaixo e perceba toda a semelhança).
Aí que aparece o diretor David Fincher (Clube da Luta, Zodíaco, Seven) para salvar o roteiro já visto antes em algo inédito em sua filmografia - uma boa fábula. Diferente de seus outros filmes, esse que merece destaque mais pela técnica, Fincher se aventura no roteiro preguiçoso de Roth criando cenas lindas, aproveitando de efeitos especiais e maquiagens incríveis (o bebê envelhecido é assombrante), que Fincher maneira de forma sutil para não sair do realismo, ilustrando diálogos poéticos e filosóficos sobre a passagem do tempo em nossas vidas.
O destaque maior para o filme é a direção de arte fortemente inspirada na história da tecnologia audiovisual: a história de Button começa em 1918 com uma fotografia levemente sépia; sem antes passar por uma introdução linda com imagens de vídeo especialmente desgastadas pelo tempo ao contar a história de um relógio que anda para trás - forte metáfora para o curioso caso de Benjamin Button; no decorrer da história as cores aparecem e tem um ápice animado no período beatnik, ganhando um toque clássico quando os dois amantes se encontram em feições iguais (momento memorável entre os dois atores principais) chegando até o final acinzentado de uma New Orleans antes do Katrina.
Ótima é a definição do próprio Fincher sobre o filme que recebeu 13 indicações ao Oscar: É um filme sobre as relações que experimentamos ao longo da vida, confrontadas com a perda dessas relações. Sobre as marcas que deixamos uns nos outros quando nos encontramos pelo caminho. Sobre dor, alegria, amor e remorso.
Nota
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